ILHÉUS COMPLETA DIA 28 DE JUNHO 486 ANOS, CONHEÇA A SUA HISTÓRIA


A história de Ilhéus, que completa 486 anos neste domingo , 28, é tão antiga quanto a do Brasil, embora muita gente pense que sua trajetória se limite ao ciclo do cacau, que impulsionou a autonomia política do Município. Logo após o descobrimento do Brasil, em 1500, o rei de Portugal, Dom João III, resolveu dividir a colônia em Capitanias Hereditárias, com o objetivo de povoá-la mais rapidamente. A Capitania de São Jorge dos Ilhéus, como viria a ser chamada, foi doada ao fidalgo português Jorge de Figueiredo Correia, em 1534, através de Carta Régia registrada em Évora.

Segundo a carta de doação, a Capitania ficava “quase no meio do continente brasileiro”. Com 50 léguas, sentido norte-sul, começava na ilha de Tinharé, vizinha à ilha de Itaparica, até a ilha de Comandatuba, no limite da Capitania de Porto Seguro; no sentido leste-oeste, “entrando na mesma largura pelo sertão e terra firme adentro tanto quanto puderem entrar”, a primeira geografia de Ilhéus incluía a região de Brasília, hoje Capital Federal.

O donatário Jorge Figueiredo Corrêa nunca esteve em suas terras. Mandou em seu lugar o capitão-mor espanhol Francisco Romero para administrar o território e uma das primeiras vilas da história do Brasil. A caravana de Romero, com os primeiros colonos, chegou à Capitania em 1535, atracando inicialmente em Morro de São Paulo, e transferindo-se em seguida para Ilhéus. A cidade foi fundada no Outeiro de São Sebastião, em frente à Baía do Pontal, onde está localizado o marco de fundação.

A vila recebeu o nome de São Jorge dos Ilhéus em homenagem ao donatário da Capitania, que era devoto de São Jorge, escolhido como santo padroeiro da cidade. Os primeiros anos de colonização foram marcados por intenso conflito com os índios tupiniquins e aimorés. De Portugal, o donatário procurava desenvolver a Capitania doando sesmarias a destacadas figuras do reino, que mandaram instalar engenhos de açúcar a fim de crescer a população e o comércio.

Uma das doações foi feita, em 1537, a Mem de Sá, mais tarde o terceiro Governador Geral do Brasil, que ganhou a sesmaria do Engenho de Santana, às margens do Rio Sant’Ana, hoje distrito de Rio de Engenho, que à época muito prosperou. A Vila de São Jorge chegou a ser a mais próspera e rica de todo o Brasil. Pelo menos, no governo de Tomé de Souza, Ilhéus era considerado o maior centro econômico da colônia Brasil.

Mais tarde, o colonizador Francisco Romero entrou em luta contra os colonos, que se amotinaram, prenderam-no e o deportaram para Portugal. Com a morte do donatário Jorge Figueiredo Correa, em 1551, o filho mais novo, Jerônimo de Alarcão de Figueiredo, conseguiu licença para vender a capitania a Lucas Giraldes, que faleceu em 1565, deixando-a com o filho Francisco Giraldes, que, em 1588, foi nomeado Governador do Brasil, morrendo um ano e meio depois.

A partir daí, a Capitania contraiu muitas dívidas, administrada por Maria Giraldes, filha de Francisco, que a perdeu em 1620. Um período de muitas dificuldades se sucederam, e em 9 de junho de 1754, Ilhéus passou a ser uma capitania oficial, voltando a pertencer à Coroa Portuguesa. Em 1760, criou-se a Comarca de Ilhéus.

A Capitania se desenvolveu através de ciclos econômicos como os de produção de farinha e de cana de açúcar. Tem-se notícia de que a partir do início do século XIX, começou um período de forte imigração de europeus e de sírios e libaneses para Ilhéus. Em 1818, os suíços Pedro Weyll e Saneraker adquiriram terrenos, e quatro anos depois trouxeram cerca de 161 colonos alemães para a região. Em 1870, um núcleo de imigrantes do Norte do Brasil foi fundado à margem do Rio Cachoeira, considerado o embrião da atual cidade de Itabuna.  

 

Autonomia conquistada a partir do Ciclo do Cacau 

Plantado na Bahia em 1746, por Antônio Dias Ribeiro, em Canavieiras, o cacau iniciou uma era de prosperidade em Ilhéus. A expansão da lavoura cacaueira se deu na segunda metade do século XIX, e posicionou a Vila de São Jorge dos Ilhéus como uma das mais importantes da província da Bahia. Considerada sede de uma região próspera, Ilhéus motivou um movimento na Assembléia Legislativa Provincial baiana para a sua elevação à categoria de cidade.

O projeto foi apresentado no dia 4 de junho de 1881, pelo deputado Cônego Manuel Teodolindo Ferreira, e a lei sancionada pelo conselheiro João Lustosa da Cunha Paranaguá (Marquês de Paranaguá), no dia 28 de junho do mesmo ano, data oficial da elevação da Vila à categoria de Cidade. A solenidade de instalação da cidade ocorreu em 14 de agosto de 1881, na Câmara de Vereadores. Somente em 1939, o então prefeito Mário Pessoa da Costa e Silva transformou a data de 28 de junho em feriado municipal.

Com a cultura do cacau em abundância, Ilhéus atraiu imigrantes e forasteiros, e se consolidou como polo irradiador de desenvolvimento de toda a Região Sul da Bahia. Tornou-se o maior produtor de cacau, em nível de município, e influenciou diretamente o surgimento de cidades adjacentes, que também foram fundamentais para o status da lavoura cacaueira no cenário econômico da Bahia e do Brasil.

No século XX, Ilhéus conquistou obras de infraestrutura como ferrovia, abertura de estradas, porto, aeroporto, tornando-se sede de representações dos principais órgãos públicos do Estado e da União, como a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e o Instituto de Cacau da Bahia (ICB). Por volta de 1974, a cidade ganhou o Distrito Industrial do Iguape, onde foram implantadas indústrias processadoras de amêndoas de cacau para fins de exportação.  

Dona de muita beleza natural, de rica história e cenário de inspiração literária de escritores como Jorge Amado e Adonias Filho, Ilhéus também abriu as portas para a indústria do turismo, e muitos hotéis e pousadas passaram a compor a cidade a partir dos anos 80. Na área da educação, a instalação da Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (Fespi), também em 1974, originou a criação da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), hoje uma referência no Nordeste na formação de nível superior, com importante produção científica, somente superada pela Universidade Federal da Bahia.

Em meados dos anos 90, o Distrito Industrial de Ilhéus, cujas indústrias sofriam os efeitos da crise da lavoura do cacau, ganhou um Polo de Informática, Eletroeletrônico e de Telecomunicações da Bahia, além de empreendimentos dos setores alimentício, químico, mármores e granitos, em virtude de incentivos fiscais concedidos pelos governos do Estado e do Município.

A crise econômica do cacau se aprofundou drasticamente, provocando desemprego na zona rural e avançado processo de expansão urbana que geraram demandas sociais inadiáveis para as cidades do sul da Bahia. 

INTENDENTES E PREFEITOS DE ILHÉUS 

João Baptista de Sá Oliveira – 1890/1892

Joaquim Ferreira de Paiva – 1892/1896

Ernesto Sá de Bittencourt Câmara – 1896/1904

Domingos Adami de Sá – 1904/1908

João Mangabeira – 1908/1912

Antonio Pessoa da Costa e Silva – 1912/1915

Manoel Misael da Silva Tavares – 1916/1919

Domingos Fernandes da Silva – 1920

Eustáquio de Souza Bastos – 1920/1923

Mário Pessoa da Costa e Silva – 1924/1928

Durval Olivieri – 1928/1930

Eusínio Lavigne – 1930/1937

Raimundo do Amaral Pacheco – 1937/1938

Mário Pessoa da Costa e Silva – 1938/1943

Eunápio Peltier de Queiroz – 1943/1945

Álvaro Melo Vieira – 1946/1948

Artur Leite da Silveira – 1948/1951

Pedro Vilas Boas Catalão – 1951/1955

Herval Soledade – 1955/1959

Henrique W. Cardoso e Silva – 1959/1963

Herval Soledade – 1963/1967

Nerival Rosa Barros – 1967/1969

Afro de Barros Leal Neto – 1969

João Alfredo Amorim de Almeida – 1969/1971

Edmon Darwich – 1971/1973

Ariston Cardoso – 1973/1977

Antônio Olímpio Rhem da Silva – 1977/1983

Jabes Souza Ribeiro – 1983/1988

João Lyrio – 1989/1992

Antonio Olímpio Rhem da Silva – 1993/1996

Jabes Souza Ribeiro – 1997/2000 – 2001/2004

Valderico Reis – 2005/2007

Newton Lima – 2007/2008 – 2008/2012

Jabes Souza Ribeiro - 2013  


ALGUMAS FOTOS ANTIGAS, ALGUNS AUTORES DESCONHECIDOS











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